Belo Horizonte nos tempos de JK
Belo Horizonte nos tempos de JK
Belo Horizonte foi construída entre 1894 e 1897 para ser a nova capital de Minas Gerais e o símbolo da civilização e do progresso que a República desejava implantar no país. A cidade deveria ser cosmopolita e racional e contrastar com a antiga capital, Ouro Preto, expressão do passado colonial, imperial, rural e arcaico. Desenhada na prancheta de seus planejadores, entre eles Aarão Reis, foi construída em quatro anos e era apresentada como a prova de que era possível dar um salto no tempo.
Em seus primeiros anos, Belo Horizonte recebeu avaliações diversas. Para uns, era moderna e civilizada. Para outros, pacata e provinciana. Durante seus primeiros 50 anos foi uma cidade de funcionários públicos, habitada basicamente por forasteiros, já que poucos ali tinham nascido.
No início dos anos 1940, Belo Horizonte se esforçava para deixar para trás sua imagem de cidade de funcionários e assumir uma posição de destaque como pólo industrial. No próprio ano de 1940 o médico Juscelino Kubitschek foi nomeado prefeito pelo interventor Benedito Valadares e logo passou a agir sobre as "doenças" da cidade: suas primeiras obras consistiram em renovar a pavimentação da zona central, asfaltar a avenida Afonso Pena e tornar realidade a avenida do Contorno. Com 12 quilômetros, pouco tempo depois a nova avenida seria inaugurada pelo presidente Getúlio Vargas.
JK passou para a história da cidade como o "prefeito-furacão", pela quantidade e rapidez das obras que realizou. Havia em Belo Horizonte uma barragem, resultante do represamento de diversos córregos, iniciada na gestão anterior de Otacílio Negrão de Lima para de resolver os problemas de fornecimento de água para a cidade. Juscelino olhou para o empreendimento sob nova perspectiva e vislumbrou o potencial turístico e de lazer que o projeto poderia conter. Convocou o arquiteto Oscar Niemeyer e começou a aventura que marcaria não só sua passagem pela prefeitura de Belo Horizonte como, mais tarde, a construção de Brasília. A novidade chamava-se Pampulha.


A gestão de JK na prefeitura de Belo Horizonte envolveu também um programa de ação cultural. O Instituto de Belas Artes, implantado em 1943, incorporou uma Escola de Arquitetura que funcionava desde 1930. Nela iria ensinar desenho e pintura Alberto da Veiga Guignard, também trazido a Belo Horizonte por Juscelino. Desse núcleo surgiria uma geração de artistas plásticos que se tornou famosa e que incluiu Mary Vieira, Leda Gontijo e Amílcar de Castro. Em maio de 1944 foi realizada em Belo Horizonte uma famosa exposição de arte moderna que reuniu os mais importantes artistas brasileiros e colocou a cidade no circuito nacional de artes plásticas, junto com o Rio e São Paulo.



FONTE: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Brasilia/BeloHorizonte
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